Centro de Estudo e Pesquisas Clínicas de São Paulo

Prof. Dr. Zan Mustacchi

Dogmas nutricionais

As sutilezas da natureza humana são evidenciadas já nos nossos ancestrais, conhecidos como trogloditas, onde a aprendizagem de qualquer procedimento requeria um conhecimento relativo a fatos, conceitos e princípios que levassem a cabo um determinado objetivo, definido por nós como tarefa e caracterizado outrora como uma condição de realização.
Em nossos dias, a Genética Molecular e o “pseudo-domínio” do Genoma Humano equivale ao marco do domínio do fogo e do descobrimento da roda. Em nossos ancestrais já existia a necessidade da perpetuação da espécie (o egocentrismo do DNA em perpetuar-se) e a partir da prole é que esse processo mantém esta condição.
Morávamos em cavernas e já nos preocupávamos com a segurança, pois fazíamos ou procurávamos cavernas em penhascos onde, obviamente, acarretaríamos dificuldades geográficas aos grandes predadores de nossa espécie. É importante considerar que o nosso bebê é, indubitavelmente, um dos menos precavidos para defesa e sobrevida, devido a sua inabilidade em movimentar-se durante os primeiros meses de vida, bem como só conseguir expressar-se através de sons (choros e gritos) que facilmente atrairiam os grandes carnívoros, portanto somos sempre considerados como ‘presa fácil’.
A nossa mãe troglodita somente saia da caverna para distâncias muito curtas quando colhia frutas e outros vegetais, enquanto que seu companheiro, caracterizado como caçador, saia em busca de proteína animal. Ao retornarem, o pai alimentava-se e quando satisfeito dividia com a sua companheira, que já havia feito uso do alimento por ela colhido. Ao bebê era oferecido o seio e nada mais até o momento em que este conseguia movimentar-se; provavelmente já havia sentado antes e estava começando a engatinhar, este era o momento de desenvolvimento neurofisiológico que ampliava o seu pequeno universo, dando-lhe a oportunidade de recolher restos de frutas e outros vegetais que sua mãe deixara cair na sua proximidade. Paralelamente ocorria a erupção dentária, que permitia-lhe, de forma progressiva, a uma mastigação e favorecia uma digestão com uma melhor maturação, oportunizando até uma degradação de proteínas animais.
Com essa pequena explanação quero enfatizar que o aleitamento exclusivamente materno é amplamente suficiente e estritamente necessário, pelo menos do ponto de vista da evolução antropológica, até o evidente momento da erupção dentária, considerando que este marco é paralelo a um desenvolvimento neuromotor que permite ao nosso bebê deslocar-se e que, a partir de então, de forma progressiva, devemos considerar um complemento alimentar que inicia-se com frutas, legumes e verduras e culmina ao término de toda a erupção da arcada dentária (20 dentes de leite) com a introdução da proteína animal. Novamente caracterizamos que a constatação do conhecimento vai progredindo a medida que a aprendizagem oferece um procedimento suficientemente significativo para o desenvolvimento.
Prof. Dr. Zan Mustacchi